O objetivo é resgatar e valorizar as histórias e culturas dos povos negros e indígenas
A Escola Municipal Professora Lídice Antunes Barros, localizada no bairro Santo Antônio dos Prazeres, realiza nesta quinta-feira (21), a 1ª edição da Feira de Cultura e Arte Afro-Indígena. Com o tema “Vozes Ancestrais: Desvendando o Passado, Criando o Futuro”, o evento faz alusão ao Novembro Negro e tem como objetivo resgatar e valorizar as histórias e culturas dos povos negros e indígenas, incentivando os alunos a refletirem sobre seu papel na construção de um futuro transformador.
A feira, que envolve alunos do 1º ao 9º ano e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), traz apresentações musicais, espetáculos e exposições. Entre os destaques, está a 2ª edição da exposição ‘Belezas Reais’, um ensaio fotográfico que celebra a beleza negra e busca fortalecer a autoestima dos participantes.
De acordo com o diretor da escola, Celso Damasceno, a ideia da feira nasceu da necessidade de aproximar os alunos das realidades históricas e culturais de povos frequentemente marginalizados.
“Estamos em um bairro periférico, com muitos estudantes de baixa renda. Pensamos na importância de eles conhecerem suas origens para que possam transformar o futuro. É um aprendizado que vai além da sala de aula, é sobre construir autoconfiança e orgulho de quem são”, explica.
Além das apresentações, o evento conta com diversas exposições realizadas pelos próprios alunos, incluindo uma que homenageia personalidades negras de destaque, como Margareth Menezes, Lázaro Ramos e Gilberto Gil, além de personalidades feirenses como Jorge de Angélica e Tonho Dionorina.
A estudante Emily dos Santos conta como essas personalidades são fonte de inspiração e exemplo: “Quando vemos suas histórias, acreditamos que também podemos alcançar nossos sonhos, independentemente da nossa cor”.
A Feira de Cultura e Arte Afro-Indígena reflete o engajamento dos professores e a parceria com a comunidade escolar. “Foi uma construção coletiva. Lançamos a ideia, e toda a equipe pedagógica abraçou. Trabalhar pautas sociais é essencial para formar cidadãos conscientes e preparados para lutar pelos seus direitos”, pontua Celso.
Com um dia repleto de atividades, o evento reforça a importância de resgatar as raízes e inspirar os alunos a se tornarem protagonistas de suas histórias.
Belezas Reais: autoestima e identidade em foco
A exposição Belezas Reais nasceu da percepção de que muitos alunos sofriam com baixa autoestima e preconceitos relacionados à cor da pele e aos cabelos afro. O projeto incluiu sessões fotográficas profissionais com estudantes do 1º ao 5º ano e da EJA.
O impacto foi evidente, como relata o estudante Kevin Bernardo, de 9 anos: “Minha professora que me convidou para participar da exposição. Todas as fotos ficaram lindas! Participar ajudou a valorizar minha pele e minha beleza”.
Celso Damasceno reforça que iniciativas como essa são fundamentais em uma sociedade que ainda tenta desvalorizar negros e indígenas. “Queremos que nossos alunos entendam que têm grande valor e que podem construir sua própria história. Esse é o nosso papel enquanto educadores: mostrar que eles podem transformar o mundo”.
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