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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Blocos Afros e Afoxés contam a história da cultura africana no Quilombola

Eles nasceram com um único objetivo: contribuir para a preservação da cultura africana em Feira de Santana. São os Blocos Afro e Afoxés, que há 32 anos fazem parte da programação oficial da Micareta. Driblando todas as dificuldades, eles entram na avenida e através do batuque dos tambores, o colorido das fantasias, a dança e a alegria contagiante vão contando a sua história, homenageando seus ídolos, fazendo os seus protestos e principalmente, clamando pela igualdade social.

Este ano 24 instituições desfilam no Espaço Quilombola, sendo 8 Afoxés e 16 Blocos Afro. Nas músicas, os blocos falam sobre a valorização da cultura negra e a luta contra o preconceito. O ritmo fica por conta dos instrumentos de percussão: atabaque, surdo, repique, timbau e tarol. Cada entidade escolhe o seu enredo, mas o ideal é o mesmo: combater o racismo. Jorge Sweto, presidente da Associação das Entidades Culturais, Ritmos Afros e Escolas de Samba de Feira de Santana, lembra que as entidades surgiram com o intuito de chamar a atenção da sociedade para a igualdade social.

Todas as instituições nasceram em bairros periféricos da cidade. Na Rua Nova está concentrada a maioria deles, mas foi no Tomba que surgiu o primeiro Afoxé, o Flor de Ijexá que este ano completa 32 anos e entra na avenida homenageando Mãe Nélia de Oxossi. Os Afoxés, assim como os Blocos Afro, estão também nos bairros Campo Limpo e Baraúnas.

Eles passam o ano inteiro pesquisando, debatendo e “pelejando” para que na Micareta possam mostrar o que sabem fazer de melhor: dançar,cantar, lutar pelas suas crenças e encantar a plateia com suas músicas e toda a sensualidade da negritude. Jorge Sweto afirma que as entidades poderiam ser bem mais fortes em Feira de Santana, se houvesse mais apoio da sociedade. “Hoje só contamos com o apoio do Governo Municipal, que não é suficiente para o fortalecimento de 32 entidades, incluindo as Escolas de Samba”, diz.

Afoxé, também chamado de Candomblé de Rua, é um cortejo que sai durante o carnaval. Trata-se de uma manifestação afro-brasileira com raízes no povo iorubá, cujos integrantes são vinculados a um terreiro de candomblé. O termo afoxé provém da língua Jurubá.  As principais características são as roupas, nas cores dos Orixás, as cantigas em língua Iorubá e os instrumentos de percussão.

O ritmo da dança na rua é o mesmo dos terreiros, bem como a melodia entoada. Os cantos são puxados em solo, por alguém de destaque no grupo, e são repetidos por todos, inclusive os instrumentistas. Antes da saída do grupo ocorre o ritual religioso (como a cerimônia do "padê de Exu", feita antes dos ritos aos orixás numa festa de terreiro).

Os Afoxés desfilam nesta sexta-feira (25), a partir das 19h30, no Espaço Quilombola, localizado na Avenida João Durval Carneiro. São cinco grupos: Logun Edé, D’ Oguian, Estrela do Oriente, Filhos da Luz, Filho de Nanã, Filhos de Ogum, Filhos de Oxalá e Pomba de Malé.


Os Blocos Afro desfilam sábado (26) e domingo (27), também a partir das 19h30: Guerreiros Africanos, Sorriso Negro, Zumbi dos Palmares, Urubus do Reggae, Flor de Ijexá, Nelson Mandela, Acadêmicos de Feira, Afro Congo, Semente de Luanda, Zenza, Muzembela, Império Africano, Feira África Axé, Panderada, Senegâmbia, Moçambique e Filhos de Malê.

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