Na noite da próxima terça-feira (15/04),
às 20 horas, no Centro de Cultura Amélio Amorim, será lançado em Feira de
Santana, o documentário "O Imaginário de Juraci Dórea no Sertão:
Veredas", com argumento e direção de Tuna Espinheira, filmado
principalmente nesta cidade, com tomadas no Campo do Gado e no campus da
Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), onde foram plantadas
esculturas do "Projeto Terra" do artista plástico feirense.
"Este trabalho, cujo protagonista
é um personagem da história desta brava região", segundo Tuna, pretende
mostrar o sertão através do imaginário, inspirado no "Projeto Terra",
que completa 30 anos de execução por Juraci Dórea. São “52 sertanejos minutos”,
conta Tuna. Aprovado pelo FSA/BRDE - Prodavi, o
filme foi rodado em Digital HD pela produtora Larty Mark. A produção executiva
é de Wiltonauar Moura e deverá também ser exibido pela TVE Bahia.
Tem apoio do governo Cidade Trabalho,
através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e Secretaria de Trabalho,
Turismo e Desenvolvimento Econômico.
O documentário "revisita os
caminhos percorridos pelo artista, registrando o que ainda existe, recuperando
o que for possível e colocando novas obras no trajeto entre Feira de Santana,
Monte Santo, Canudos e Raso da Catarina, colhendo depoimentos de pessoas e
personagens de cada local ao mesmo tempo em que promoveu o conhecimento da
arte", conta Tuna Espinheira. Além de Juraci Dórea ser o motivo do filme,
a produção conta com dois nomes feirenses na ficha técnica: Dimas Oliveira e
Selma Soares.
Tuna Espinheira escreve sobre seu
trabalho: "Era uma vez o sertão que virou museu a céu aberto, ao sol, a
chuva, ao tempo... foi, precisamente desta maneira, que o artista, Juraci Dórea,
arrumou seu matulão e, fazendo às vezes do pregador bíblico, João Batista,
adentrou as veredas do sertão baiano, descortinando suas icônicas esculturas,
de madeiras vestidas de couro, com uma linguagem contemporânea, desconhecida
naqueles ermos, bradando no deserto. Logo/logo, viriam as exposições
itinerantes, ciganas, de quadros de pintura, com motivos populares. Um festão
em cada lugar por onde passava. E assim foi que, estas semeaduras de arte em
léguas tiranas , no agreste, através de documentações fotográficas, chegaram à
mídia e o fazer do artista ganhou botas de sete léguas e asas de albatroz e,
invertendo a normalidade do processo, saiu do assombroso museu a Deus dará,
para os espaços emblemáticos das Bienais, São Paulo, Veneza etc. E o Sertão virou
mar... Nosso filme/documentário, assim foi em busca de contar esta estória cuja
gênese é o distante 1982, tempo abissal, sobretudo para encontrar vestígios das
esculturas pioneiras, urdidas como arte efêmera, de vida curta. Juraci embarcou
nesta canoa, foi um dos mais indômitos membros da equipe, plantamos, de Feira
de Santana, passando por Monte Santo e Canudos, quatro novas e enormes
esculturas, conversamos com muita gente sertaneja... À mercê do calor da hora,
fomos colhendo material... O combustível necessário para que La Nave Vá... No
próximo dia 15, estaremos realizando o lançamento deste filme. Esperando que,
daí em diante ele, o filme, possa caminhar com as suas próprias pernas... Com
as graças da corte celeste..."
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