O mundo das letras na ponta dos dedos. Nesta terça-feira (08/04), é
comemorado o Dia Nacional do Braille. É na combinação dos seis pontos que os
cegos ou as pessoas que tem graves problemas na visão conseguem ler. O alfabeto
especial os torna cidadãos do mundo. Em Feira de Santana, quase duas centenas
de pessoas de todas as idades frequentam o Centro de Apoio Pedagógico Jonathas
Telles de Carvalho. Lá, encontram-se ou reencontram-se com o mundo mágico da
leitura.
Para comemorar a data, quando nasceu Luis Alves de Azevedo, primeiro
brasileiro a adotar este método de leitura, profissionais deste setor e pessoas
com esta deficiência participaram de atividades em um estande montado no
estacionamento da Prefeitura. Além de palestras e relatos pessoais, foi
apresentado o material que é usado no sistema Braille.
“Aprender Braille significa agilidade e independência na vida”, diz a
diretora do Centro de Apoio, Maristela Ribeiro. “Este é uma data muito
importante para todos nós”. Salienta que o sistema está presente no dia a dia
dos cegos, em instituições públicas e privadas. O tempo de aprendizado varia de
acordo com a capacidade cognitiva de cada um deles, que tem que decorar as 40
configurações dos seis pontos.
Renato Bispo, da Associação Baiana de Cegos, diz que o ato de aprender
Braille significou uma grande independência. “Acredito que todos os deficientes
visuais deveriam aprender a ler em Braille”. Ele conheceu este sistema há 14
anos.
Além do Braille, no Centro de Apoio Pedagógico o deficiente visual
aprende informática, a andar nas ruas no curso de orientação e mobilidade, tem
aula de matemática no método Soroban, entre outras iniciativas. “São
ferramentas importantes para que todos desenvolvam suas habilidades”, diz a professora
de Braille, Analice Oliveira.
Orientação e mobilidade são iniciativas que oferecem a possibilidade dos
cegos a andar pelas ruas sozinhos, bem como entrar em repartições públicas,
pegar ônibus, subir em escada rolante. São iniciativas que lhes dão maior poder
de mobilidade. “O tempo de hoje não mais permite que o deficiente visual fique
em casa, trancado”, diz a professora Suêde Silva. Andar sozinho nas ruas leva,
em média, de cinco meses a um ano. também depende da capacidade de absorção de
conhecimento do aluno.
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