O prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), que coordena
o processo de escolha do candidato antipetista ao governo do Estado, deve
anunciar ainda esta semana a indicação feita pelo seu partido: o ex-governador
Paulo Souto. Falta ao democrata comunicar a decisão ao outro postulante do
grupo à cabeça da chapa, o presidente estadual do PMDB, Geddel Vieira Lima, o
que pode ocorrer ainda nesta terça-feira (1º).
Todos os elementos para a cisão da chamada
"união das oposições" foram colocados a partir do "ato falho"
de Neto – que anunciou um secretário de Jaques Wagner como representante do
"governador Paulo Souto" –, na última sexta (28), durante a posse da
nova diretoria da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário
da Bahia (Ademi-BA).
No dia seguinte, Geddel endossou, em reunião com
partidos "nanicos", com os quais busca apoio, o seu ímpeto em comandar o Palácio
de Ondina. Nesta segunda (31), foi a vez de o DEM pressionar o prefeito
em busca de "acelerar" a montagem da coligação. Enquanto os
principais atores do processo preferem não se pronunciar publicamente sobre o
afunilamento do quadro, admitem extraoficialmente que Souto e Geddel devem
marchar isoladamente pelo menos no primeiro turno da eleição.
O PSC, cujo atual suplente de senador, Eliel
Santana, pleiteia uma vaga de titular no Congresso, mantém conversas adiantadas
com os peemedebistas, para o caso de um plano B ser acionado. "Tivemos uma
conversa com ele [Geddel] e com Rui [Costa, PT] e estamos aguardando os acontecimentos.
Acho que amanhã [terça. 1º] teremos pelo menos uma sinalização.
Não é só a questão da chapa majoritária, mas também
a questão do Senado e a chapa proporcional dos candidatos a deputado",
revelou o presidente estadual do Partido Social Cristão ao Bahia Notícias.
Santana reconhece, no entanto, ter recebido uma proposta mais concreta do PMDB,
que atende aos anseios da legenda e dele próprio, bem como aposta na efetivação
da candidatura de Geddel.
"Nosso [dele mesmo] desejo é esse: sair ao
Senado. Geddel ainda não é candidato, mas ficou subentendido na reunião com os
partidos pequenos isso [que sairia candidato independentemente de Neto]. Mas
essa questão de escolha de vice ou Senado depende muito de qual é a
configuração. Nos convidou sim [para o Senado], mas a questão de definição,
não", esclareceu Eliel.
Além da sigla evangélica, a solução para o vice
alternativo de Geddel, se for confirmada a derrocada da "união das
oposições", é caseira: o ex-secretário nacional do Turismo e municipal de
Serviços Públicos, Fábio Mota. O PSC entrou nos planos peemedebistas sobretudo
após a recusa do deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB) em compor a chapa, o
que praticamente obrigaria Souto a se contentar com a vice, pois cada legenda
escalaria o seu quadro mais competitivo, e seria o chamado "fato
novo" requerido por ACM Neto para cravar o nome do escolhido.
"O nosso
pleito é João Gualberto como vice-governador. Os deputados vão disputar a
reeleição", confessou o parlamentar Jutahy Magalhães Jr. ao BN, ao
reiterar que os tucanos estarão "com o nome que for escolhido pelo
prefeito".
No Democratas a estratégia é não alardear a
definição antes do comunicado oficial do prefeito a Geddel para manter a porta
aberta e ganhar tempo para tentar convencê-lo a integrar a composição como
aspirante a senador ou indicar alguém para a missão. O principal argumento é o
de que as pesquisas comprovariam que ACM Neto consegue transferir mais o seu
potencial de votos para Paulo Souto, mas a trinca DEM-PSDB-PMDB seria
fundamental para evitar uma nova vitória dos situacionistas no Estado.
Informações do Bahia Noticias e Fotos de Max Haack/ Ag. Haack
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