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domingo, 25 de setembro de 2011

Envolvidos no Caso ketchup contam no Fantántico como tudo aconteceu


Em entrevista exclusiva ao repórter José Raimundo, do Fantástico, envolvidos no “Caso Ketchup” falam como tudo aconteceu. O suposto crime chamou a atenção na cidade de Pindubaçu, Chapada Diamantina, na Bahia. De acordo com informações da polícia, uma mulher contratou um homem para matar outra mulher.

No entanto o homem percebeu que a suposta vítima era sua conhecida. Ele desistiu de matar a amiga, contou tudo para ela e elaborou um plano. Assim, os dois forjaram o assassinato, e tudo foi descoberto.

O trabalhador rural Virlan Anastácio não imaginava que, de uma hora para outra, fosse virar personagem da história mais comentada na cidade. “Quando passo nas ruas, as pessoas falam: ‘Olha o garanhão, o vilão’. Aí eu digo: será que eu sou esse bicho todo? Não me considero assim. Eu sou fraco para o lado de mulher”, admite.

Quem diria que, com um jeito pacato de trabalhador rural, Virlan Anastácio é o alvo de uma disputa amorosa. De um lado, está Iranildes, a Lupita; do outro, Maria Nilza, a Galega, como é mais conhecida. No inquérito policial, ela é apontada como a mandante do crime. Teria contratado Carlos Roberto de Jesus, um velho conhecido da polícia, para matar sua rival Lupita. Teria pago R$ 1 mil pelo serviço.

De acordo com as investigações da polícia, Carlos Roberto só receberia o dinheiro depois que apresentasse a prova do assassinato. Mas quando ele se viu diante da vítima, descobriu que era amigo de infância dela. Desistiu de executar o crime, mas montou um plano para não deixar de receber os R$ 1 mil.

Para que tudo desse certo, Lupita precisava concordar, mesmo sabendo que se tratava de uma trama planejada por um bandido. “Ele disse que não tinha coragem de me matar. Então não me mate, você veio me dizer. Mas eu fiquei insegura e aí ele me fez a proposta: ‘Eu divido o dinheiro com você’”, contou a dona de casa Irenildes Araújo, a Lupita.

Mesmo desconfiada, ela resolveu aceitar. O bandido foi logo tratando de botar o plano em prática, em plena luz do dia, perto do quintal da casa. “Ele me melou toda de ketchup, botou a faca embaixo do braço, me amordaçou a mão e a boca”, relatou Lupita.

Com a foto no celular, o bandido foi logo procurar Maria Nilza. “Eu tomei um susto muito grande, porque ele me mostrou ela morta, dizendo que tinha matado, queria os R$ 1 mil e que iria me acusar”, lembra a Galega.
Ele recebeu o dinheiro, mas não dividiu como prometeu. “Ele chegou aqui e disse: ‘Lupita, está aqui. Ela só me deu R$ 500. eu vou te dar R$ 240”, relatou Irenildes Araújo, que ficou três dias sem sair de casa para não levantar suspeita.

Uma semana depois, certa de que Virlan estava viúvo, Nilza veio a uma festa pensando em se encontrar com o rapaz. Ele estava mesmo na festa, mas aos beijos com a mulher Lupita, dançando forró. O susto foi grande, diz Lupita.

“Eu cheguei perto dela e disse: ‘Vim te buscar’. Aí eu fui roubada”, comentou Lupita. “Eu perdi a noção quando eu me deparei com ela. Eu perdi totalmente a noção. Eu falei: ‘Isso foi um suborno’”, comentou Maria Nilza.

Nilza nega que tenha encomendado a morte da rival, mas confirma que deu o dinheiro ao bandido. Na delegacia, ela denunciou o suposto assalto, mas o delegado Marconi Almino Lima logo descobriu a trama.

“Quando eu vi a história, eu achei mais uma história tragicômica. Uma coisa dessa só ocorre aqui mesmo na Bahia”, disse o delegado Marconi Almino Lima.

Essa história, que já ganhou repercussão internacional, é o tema de todas as conversas em Pindobaçu, na Chapada Diamantina. “O mal feito uma hora é descoberto”, diz um rapaz. “É uma brincadeira que acabou trazendo para nossa cidade a televisão que nunca tinha vindo aqui”, comentou uma senhora.

Para os conterrâneos, Lupita acabou ganhando um novo apelido. “Amanhã, entrevista exclusiva com a sensação de Pindobaçu: a Mulher Ketchup”, brinca um radialista.

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