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sábado, 3 de setembro de 2011

Filho de policial que estava com Kelly Cyclone é ouvido mais uma vez


Principal suspeito de ter assassinado Kelly Sales Silva, 23 anos, a Kelly Cyclone ou Kelly Douçura, Carlos Gustavo Cohen de Alencar Braga, o Gustavinho, filho de um policial civil, foi novamente interrogado ontem à tarde, na 23ª Delegacia, em Lauro de Freitas. 

Na delegacia, Gustavinho manteve a versão de que o Gol em que estava ele, Kelly e um amigo, foi interceptado por um outro veículo, ocupado por três homens, responsáveis pela execução da jovem, no dia 18 de julho deste ano em Lauro de Freitas. 

Gustavinho foi ouvido pela segunda vez porque o caso passou a ser investigado por outra delegada, Dilma Leite Nunes. “Resolvemos disponibilizar um delegado para cuidar dos homicídios em Lauro de Freitas. Então, ela decidiu reinterrogar casos mais recentes, como a morte de Kelly”, disse o delegado Joelson Reis, titular da unidade. 
 Segundo ele, Dilma pretende chamar outras pessoas que já foram ouvidas a comparecer novamente à delegacia. 

Por volta das 14h30, Gustavinho chegou pelos fundos da unidade acompanhado do pai e de um advogado. Enquanto a delegada se preparava para interrogatório, ele aguardava numa sala, a fim de evitar o contato com a imprensa. Pouco depois de ter sido chamado pela delegada, o acusado tratou de esconder o rosto, cobrindo a cabeça com a camisa, no trajeto até a sala onde prestou novas declarações, pouco depois das 16h. 

Duas horas e meia depois, Gustavinho deixou a delegacia sem prestar declarações, mas segundo agentes da unidade, ele continuou a negar qualquer envolvimento com o crime. A delegada Dilma preferiu também não falar. 

Fontes ligadas à Secretaria da Segurança Pública (SSP) informaram que a polícia está convencida de que uma desavença amorosa foi o motivo da morte de Kelly. Dias antes de ter sido morta, ela discutiu com Gustavinho, que responde por tráfico. Kelly disse a Gustavinho, durante uma discussão que Tony Rogério, o Tonny, preso na 23ª DP por tráfico, era o seu amor.
Mas a tese defendida pela família de Kelly é que três homens apaixonados por ela tramaram a sua morte: além de Gustavinho e Tonny, o traficante Wellington Nunes, o Mão, também disputava o amor da jovem.

Família diz que crime é festejado

A dor pela morte de Kelly Cyclone não é o único sofrimento vivido por parentes da jovem, cujo  amor teria sido alvo de disputa de três traficantes. Recentemente, eles tomaram conhecimento que uma turma de adolescentes, entre eles três rapazes envolvidos no crime, comemoraram o feito em um bar na Rua 4, fim de linha de Lauro de Freitas.

A comemoração era em um bar, regada a entorpecentes, como maconha e cocaína, e som alto de carros. Entre um grupo de rapazes e moças, estavam Calango e Jonh, moradores da Lagoa dos Patos, e Miminho, cujos parentes moram na Rua 4.

Na ocasião, os donos do bar teriam sido obrigados a permitir o consumo de drogas no local, sob pena de morte. A bebedeira começou numa tarde e se estendeu pela noite, com direito a exibição de armas e deboches a Kelly.

A farra só chegou ao fim quando o grupo foi informado de que a polícia se aproximava. Rapidamente, o aglomerado de pessoas foi desfeito e ninguém foi preso. Um dos rapazes, tido como um dos executores de Kelly, teria forçado os donos do bar a escondê-lo no local.

Segundo  familiares, os três participaram do crime e fazem parte dos bandos de Mão e Tony. Procurados pelo CORREIO, os donos do bar negaram a comemoração. Eles disseram que, desde a morte de Kelly, os rapazes ligados a Mão deixaram de frequentar o bar. “A polícia tem aumentado as rondas e isso tem inibido a presença deles”, contou um dos donos.

Além de familiares, o Portal Terra publicou matéria informando que o chefe do Serviço de Investigação da 23ª DP, Ubirajara Braga, disse que os três ex-namorados de Kelly podem ser indiciados, mas, em entrevista ao CORREIO, ele negou ter dito isso.
Informações de Bruno Wendel CORREIO DA BAHIA e foto Almiro Lopes

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