Os
professores José Domingos, Alcindo Ferreira e Rita Kleiny foram proibidos de
exercerem suas atividades pedagógicas por 30 dias. A proibição foi determinada
pelo prefeito da cidade Nova Soure, José
Arivaldo Ferreira Soares, no incio desta semana, que baixou um decreto no
Diário Oficial do Município (Portarias de
nº15,16 e 17 de 29/08/2011), onde o texto do decreto aponta desacato à
autoridade como o principal motivo da suspensão.
Os
três docentes asseguram que o motivo real da suspensão foi a participação deles
em manifestações públicas nas ruas e praças da cidade, reivindicando condições mais
dignas de trabalho e o fortalecimento da democracia dentro do espaço escolar,
como eleições para diretores das escolas municipais.
“A
liberdade de expressão é o maior bem da humanidade, um direito inalienável
estabelecido na Constituição de 1988. Logo ninguém poderá cercear esse
direito”, disse o professor José Domingos, um dos suspensos e atual Coordenador
da APLB de Nova Soure.
“O
que reivindicamos é qualidade na prestação dos serviços educacionais em nosso
município. Por isso, lutamos pela gratificação de insalubridade para as
merendeiras, pagamento da dívida dos caixas escolares, melhorias na infraestrutura
escolar principalmente nas vilas e povoados, merenda escolar de qualidade para
todos, respeito, valorização e cumprimento do reajuste salarial sempre na data
base condizente com os repasses previstos ao município”, disse a professora e também
suspensa, Rita Kleiny.
A
afronta ao Estado Democrático e à liberdade de expressão ficou mais agravante
ainda quando, no último dia 31 do mês passado, o professor José Domingos, foi
impedido de entrar no Centro Educacional
Professora Maria Ferreira da Silva,da Rede Municipal de Ensino, onde leciona há 11 anos. “Na hora em que cheguei à Unidade de Ensino, fui
impedido de entrar pelo chefe da Guarda Patrimonial do Município, o chefe da
empresa Mega Forte e demais seguranças a mando do prefeito”, declarou o
professor, inconformado. “Não somos
bandidos, somos educadores, zelamos pela formação cidadã de nossas crianças que,
por vezes, são esquecidas pelas autoridades do município”, disse o Coordenador.
Ele
ainda assegura que o objetivo do prefeito com o falso embate de desacato à
autoridade é confundir a população e resvalar em mais abuso de poder
posteriormente e bradou: “Ele não vai nos coagir nem nos intimidar. Se as
reivindicações não forem aceitas vamos deflagrar greve por tempo
indeterminado”.
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