A vontade geralmente chega a cada duas horas. Funciona como um relógio. Entre um cochilo e outro vem a necessidade de mamar, que é sinalizada com um chorinho dengoso. Num gesto simples e de amor, a mãe prontamente levanta a blusa, abaixa a alça do sutiã e põe o filho na posição de alimentá-lo. E não se importa com o local.
Pode estar em casa, numa clínica ou no centro da cidade. Para isso, deixa de lado a timidez e não vê constrangimento. As mais tímidas são vencidas pelo prazer de amamentar. Cobrem os seios com uma fralda, um pedaço qualquer de pano ou deixam as mamas à mostra.
A dona de casa Lucinéia Almeida não fica longe do pequeno Arthur de forma alguma. Ela sabe os horários exatos que ele, de três meses de vida, acorda para comer. Por isso, o carrega nos braços para onde quer que seja. “É uma criança tranquila. Mas, quando sente fome não tem jeito. Sempre levo comigo para garantir a sua amamentação”, conta.
Nesta XXIV Semana Mundial do Aleitamento Materno, Lucinéia sabe da importância que o leite materno tem para a vida do filho. “É o alimento mais rico em nutrientes e o protege contra várias doenças”, destaca. “Pretendo amamentá-lo exclusivamente até os seis meses. Depois vou incluir alguns alimentos, como frutas e verduras, mas sem abandonar a amamentação”, acrescenta.
Arthur abre os olhinhos após um breve cochilo e, no local que se encontra, Lucinéia se acomoda numa posição – que não é das mais confortáveis – para amamentá-lo. O local é a Praça Bernardino Bahia, em pleno comércio.
Coincidentemente, outra mãe, a dona de casa Rosemeire dos Santos, que também ia passando pelo lugar, tem que parar para atender aos gemidos da pequena Maria Laura, que aos dois meses sinaliza estar com fome. “Antes sentia vergonha em ter que puxar o peito no meio da rua. Mas, o amor por ela vence qualquer timidez. Onde eu estiver ela sentiu fome eu dou de mamar”, pontua.
Adriana Almeida, 29 anos, saiu do distrito de Maria Quitéria e foi ao centro da cidade resolver algumas questões pessoais na companhia do filho, o pequeno José Levi, que tem 23 dias de nascido. Assim como Lucinéia e Rosemeire, ela não se intimida com a presença de pessoas. “A sensação mais prazerosa é poder amamentar o meu filho. Para todos os lugares que eu vou carrego comigo”, revelou.
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