Um
projeto do Governo da Bahia de limitar o atendimento no Planserv, plano de saúde
dos servidores estaduais, está gerando polêmica no estado.
Enquanto
o governo diz que a mudança é necessária para que o Planserv continue
funcionando, servidores e deputados de oposição dizem que é uma agressão à
categoria.
O
projeto atinge os 460 mil beneficiários do Planserv na Bahia. Pela proposta do
governo, o servidor que hoje não tem limite de atendimento passaria a ter
direito por ano a seis consultas médicas, 12 consultas pediátricas, 12
consultas de acompanhamento pré-natal, cinco atendimentos de urgência e
emergência e dez exames e procedimentos laboratoriais.
Quem
ultrapassar o limite tem que pagar R$ 6 por consulta e 20% do valor dos exames
e procedimentos. O projeto prevê ainda aumento de até 24% da mensalidade para
quem ganha mais de R$ 3.250. Hoje, todos pagam R$ 290.
O
secretário de Administração, Manoel Vitório, disse que a mudança é necessária
para garantir a continuidade do Planserv e foi decidida depois que a Secretaria
identificou que 5% dos beneficiários usam o plano de forma abusiva.
"Graças
a Deus é uma exceção, mas é uma exceção que está pesando muito no bolso. São
aquelas pessoas que às vezes emprestam a carteira a um vizinho, ou alguém que
não tem nada a ver com o Planserv", afirma o secretário.
O
projeto foi enviado para a Assembleia Legislativa em caráter de urgência. A
votação está prevista para a próxima semana, mas a proposta vai encontrar
resistência dos deputados de oposição.
"Ninguém
fica doente porque quer, ninguém procura o médico porque quer, ninguém vai à
uma urgência por lazer. Portanto, nós não entendemos e não aceitamos um projeto
que vem agredir, vem ofender o funcionalismo do estado da Bahia", critica
o deputado Paulo Azi (DEM).
"Oitenta
por cento dos beneficiário só usam cinco vezes por ano. O tanto de corte seria
esse.
Nós não vamos fazer isso, vamos partir pra dez. Se houver tratamento de uma doença que comprove, evidentemente, o tratamento não haverá nenhuma limitação", garante o deputado Zé Neto, líder do governo.
Nós não vamos fazer isso, vamos partir pra dez. Se houver tratamento de uma doença que comprove, evidentemente, o tratamento não haverá nenhuma limitação", garante o deputado Zé Neto, líder do governo.
A
Federação dos Trabalhadores Públicos da Bahia quer que o projeto saia da pauta
de votação para que volte a ser discutido com o conselho de assistência à
saúde, que tem representantes do governo e dos servidores. "Nós não vamos
avalisar o governo a reajustar a tabela do Planserv de forma autônoma porque
existe o conselho e ele precisa ser respeitado", diz Marinalva Nunes,
representante da Federação.
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