Um
acidente ocorrido na manhã desta terça-feira (09/08) no canteiro de obras do edifício
Empresarial Paulo VI, na Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM), em Salvador,
provocou a morte de nove operários, de acordo com a assessoria de comunicação
do Corpo de Bombeiros. Um elevador despencou do 20º andar da obra por volta das
7h30, na região do Iguatemi.
Três
equipes dos bombeiros foram encaminhadas para atender a ocorrência. Segundo
testemunhas, as nove pessoas que morreram estavam dentro do elevador e mais
ninguém ficou ferido. Os corpos dos trabalhadores foram retirados do local e
encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML), em Salvador. Familiares de
vítimas passaram mal e foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu).
Também
atuaram no local do acidente equipes da Polícia Militar, funcionários do
Departamento de Polícia Técnica (DPT) e policiais da 16ª Delegacia, responsável
pela área, que investigarão as causas do acidente.
De
acordo com a delegada Jussara Santos, a hipótese de superlotação do elevador,
por enquanto, é descartada. "Ele tinha capacidade para doze pessoas e, até
onde a gente sabe, tinham nove. Houve óbito de todos, inclusive do operador do
equipamento. Vamos buscar quem é o responsável, que deve responder por homicídio
culposo. A perícia deve ser concluída em 30 dias", explica a
delegada.
O
superintendente da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo
(Sucom), Cláudio Silva, esteve no canteiro e informou que os trabalhos foram
suspensos por tempo indeterminado. Silva acrescentou que a obra possui licença
e alvará regularizados para funcionamento. O prédio tem 20 andares e mais oito
pavimentos de estacionamento.
A
empresa responsável pelo canteiro não havia se pronunciado sobre o acidente até
por volta das 11h.
Primeiro
dia
O
operário Ailton Alves Reis, irmão de um dos homens que morreu na queda, afirmou
que o acidente ocorreu na terceira vez do dia em que o elevador fazia a subida.
Segundo ele, seu irmão era o funcionário Antônio Alves Reis, de 56 anos,
conhecido como "Itinga", que estava no primeiro dia de trabalho
naquele canteiro. Airton Reis contou que conversou com o irmão momentos antes
de entrar no elevador. “Ele disse que ia lá em cima ver como estava o
trabalho”, disse Ailton Reis.
O
diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção (Sintracom),
Raimundo Brito, informou ao
G1 que acompanhava o trabalho das equipes da polícia e
bombeiros. "Nós não podemos falar muito neste momento, mas infelizmente a
construção civil passa por problemas de segurança. Queremos uma discussão sobre
segurança e condições de trabalho fora de momentos como este", lamenta
Brito.
Informações do G1 e fotos de
Tatiana Dourado
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