A partir das manifestações populares, iniciadas em junho do ano passado,
uma discussão entrou em pauta no país: a violência contra os profissionais de
comunicação. O assunto foi tema de palestra na noite desta quinta-feira (15/05),
no auditório do Hotel Acalanto, em evento promovido pela Secretaria Municipal
de Comunicação Social, em parceria com Secretaria de Comunicação do Governo do
Estado, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Bahia, Sindicato dos
Radialistas de Feira de Santana e Associação Baiana de Imprensa – ABI.
O responsável por abordar o tema com profissionais e alunos de
jornalismo que estiveram presentes no evento foi o diretor da Federação
Nacional de Jornalistas (Fenaj), José Carlos Torves, que trouxe números e
estratégias que estão sendo traçadas para mudar o quadro. O Brasil tem o status
de terceiro país no ranking de violência contra os profissionais.
“Estamos preocupados pelo momento que passamos. Nas manifestações de
2013 pudemos abrir o olho em relação ao tema. Agora é um ano especial. Teremos
Copa do Mundo, eleições e com isso teremos mais manifestações. Devemos nos
preocupar com a integridade física de nossos profissionais”, ressaltou o
presidente.
Em todo o mundo, somente no ano de 2012 foram registradas 139 mortes de
jornalistas ou profissionais da área. No Brasil os números foram de 12 no mesmo
ano. Em 2013 foram seis mortes e neste ano vigente já foram registradas oito
mortes. Durante as manifestações 103 casos de violência ocorreram no país.
Para minimizar esses números, diversas providências estão sendo tomadas.
Muitas delas já devem começar a serem praticadas ainda este ano, para evitar
casos durantes possíveis manifestações. Segundo José Carlos Torves, serão ações
que todas as esferas de governo devem tomar para minimizar a violência.
As resoluções são: reformulação nos cursos de formações de policiais
militares; cartilha de como se comportar nas manifestações; adesão do protocolo
de segurança, que estabelece normas para o exercício da profissão; criação do
observatório da violência; federalização dos crimes – a Polícia Federal deverá
apurar os fatos; e a criação de comissões onde os jornalistas decidem se vai
mandar equipes para coberturas de conflitos.
“Precisamos mudar a realidade de que a violência irá acabar com a
liberdade de imprensa e a democracia. Na minha época os jornalistas sofreram
com a opressão da ditadura e mesmo assim lutamos e conquistamos o direito da
liberdade. Então não podemos deixar que tentem mais uma vez aplicar um golpe na
imprensa através da violência”, afirmou o palestrante.
A palestra durou cerca de uma hora e estudantes e profissionais puderam
tirar dúvidas sobre o tema. A iniciativa tem como objetivo promover eventos
desta magnitude para o município. Segundo o secretário de Comunicação,
Valdomiro Silva, esse é apenas o primeiro de uma série de encontros com a
imprensa feirense.
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