Se um filho é bom, imagine quatro de uma vez. Pelo menos
esse é o pensamento da psicóloga feirense Layane Cedraz, 31 anos, mãe de
quadrigêmeos. Nem mesmo a rotina que envolve o uso de mais de mil fraldas por
mês e quase 1 kg de leite por dia tira o humor dela, que faz aniversário junto
com os filhos, neste sábado (10/05), véspera do Dia das Mães.
Layane é filha da empresária Herriete Cedraz e sobrinha
do ex-deputado estadual Humerto Cedraz, que é dono do Jornal Folha do Estado e
da TV Geral, na cidade de Feira de Santana.
São todos meninos. Yure, Enzo, Ianic e Luigi nasceram no
dia 10 de maio de 2013, em Salvador.
Aos quatro, junta-se ainda Rafic, filho mais velho de Layane, e que tem cinco
anos. Todos eles foram concebidos a partir de fertilização in vitro.
"Eu tenho uma trompa obstruída e endometriose.
Algumas tentativas foram frustradas, mas em uma dessas eu tive Rafic. Depois da
primeira gravidez, sempre quis ter mais filhos e fiz o procedimento novamente e
engravidei. Com cinco semanas de gestação, fiz o primeiro ultrassom e descobri
que eram gêmeos. Com sete semanas, fui ao médico para escutar os batimentos
cardíacos e escutei três corações. Com quase 12 semanas, eu descobri que eram
quatro meninos. Sempre fiz a fertilização com dois embriões. Mas dessa vez, um
deles se dividiu em três. Isso não é comum", aponta Layane.
Yure nasceu com 1,280 Kg e é descrito pela mamãe como o
mais simpático e intenso; Enzo com 1,200 Kg é o mais observador e impaciente;
Ianic com 1,515 Kg, o mais traquino e invocado e Luigi com 1,560 Kg, o mais
gordinho e ciumento. Todos completam um ano de vida no mesmo dia do aniversário
da mãe.
Um descoberta que para muitos poderia resultar em
desespero, no caso de Layane só trouxe alegria. "Eu sempre comemorei.
Sempre achei que ser mãe é tudo, desejei ter casa cheia, ser mãe de gêmeos. Meu
filho mais velho também pedia irmãos. Só meu esposo que não compartilhava dessa
opinião. Quando descobrimos, ele ficou preocupado, desesperado pelos gastos,
todo cuidado que teria que ter porque é uma gestação de risco", conta.
Com a chegada dos meninos, Layane, que morava em
Aracaju, no estado de Sergipe, teve que se mudar para Feira de Santana, na
Bahia, para ficar perto dos familiares. "Vim para Feira porque o custo de
vida é menor e porque minha família mora aqui. Também tive que parar de
trabalhar para cuidar dos meninos", acrescenta.
Mesmo com algumas ressalvas, Layane considera que o
período de gestão foi "fácil". "Cheguei a ouvir que essa
gestação não era viável, mas a gestação em si foi, para mim, fácil porque eu
tive muita tranquilidade. Nunca temi que algo estivesse errado. Só a questão
física do último mês foi muito difícil, mas não houve sofrimento",
garante. As crianças nasceram com 30 semanas de gestação. "Fiquei
internada 14 dias antes dos meninos nascerem. Como eu já estava com contração,
o médico achou melhor fazer o parto para não desenvolver problemas neles",
acrescenta.
Rotina
Para cuidar de todos os meninos, é necessária uma verdadeira "força-tarefa". Layane destaca que passa 24h por dia com os bebês e conta ainda com o apoio de três babás. "Na verdade, existe uma rotina puxada porque são quatro bebês que não ficam mais no colo. De fato, precisam de quatro pessoas para olhar, para brincar. Até porque se deixar, eles sobem nas coisas, fazem o que querem", conta.
O crescimento no número de tarefas também é proporcional
às despesas com os meninos. "Eu gasto, por dia, uma média de 35 fraldas.
Um dos meninos faz uso de leite especial, mas os outros tomam leite normal,
então gasto 800g a cada um dia e meio. Sem falar no volume de pano para lavar
que é muito grande", calcula.
Grande também é o sucesso da "tropa" nas ruas.
Segundo Layane, para passear com os meninos é necessária muita paciência.
"Vida social com eles ainda não tenho. Uma coisa é pegar um bebê de seis
meses e passear. Mas sair com quatro, chama atenção e todo mundo quer pegar.
Teve uma vez que fomos ao shopping e parecíamos celebridade, as pessoas tirando
fotos. Às vezes, isso é um incômodo. Então, a gente sai mais junto para ir ao
médico ou para a casa de parentes".
Diante de todas as mudanças na rotina e dos gastos,
engana-se quem pensa que Layane quer parar por aqui. Na família, ainda há
espaço para mais uma menina. "Tanto eu quanto meu esposo desejávamos ter
uma menina. Agora é inviável ter mais um filho. Mas, de repente, daqui a cinco,
seis anos, isso pode ser possível. Se a gente conseguir se estruturar e poder proporcionar
a esse novo filho o que já proporcionamos aos outros vamos ter mais um. Dessa
vez queremos adotar", ressalta.
"Não consigo ver isso como trabalho porque trabalho
dá a entender que é uma coisa cansativa. O amor que todos eles nos proporcionam
nos deixam revitalizados e faz tudo valer a pena", conclui.
Informações do g1 e foto: Greyce Coli/Arquivo Pessoal
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