Da plantação de coentro, cebolinha, salsa e alface é possível sentir o cheiro agradável de hortaliça. O aroma que faz a mente associá-lo ao tempero de um bom prato é da horta que um grupo de pacientes do Programa Saúde da Família, situado no conjunto Francisco Pinto, mantém no fundo da unidade - o terreno é amplo e pode ser bem aproveitado.
A ideia da horta foi da enfermeira Mara Luiza Anunciação, que em um dos encontros da oficina de Terapia Comunitária, desenvolvida no próprio PSF, apresentou aos participantes – eles são em torno de dez. O pequeno grupo gostou da sugestão e logo deu início a pequena roça.
Cheia de orgulho, a paciente Nelza da Silva, 52 anos, faz questão de dizer que daqueles canteiros já foram colhidos alguns molhos, que foram divididos entre eles mesmos. “Tenho o maior prazer em cuidá-la e quero vê-la dando muita cebolinha, coentro e alface manteiga”, diz.
Os pacientes contaram com a ajuda de um técnico da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola) para fazer a horta suspensa – além de orientá-los, a empresa também fez a doação das primeiras sementes e do adubo – utilizando pneus colocados sobre giral. Agora, planejam plantar na terra. Vão novamente aproveitar pneus, mas para isto foram pintados em cores diferentes para deixar o local mais bonito. “Vamos fazer a horta em forma de flor”, comenta Maria Luiza.
Segundo ela, a ideia da horta começou em dezembro passado e tem dado certo. “Os pacientes se sentem úteis e estão comprometidos em levar esse projeto adiante”, afirma a enfermeira. Com isso, acrescenta ela, a unidade de saúde estimula também a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis, uma vez que, tem a preocupação em promover à saúde dos usuários.
“Nossos pacientes recebem acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, através do Nasf (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), que é composta por fisioterapeuta, nutricionista, educador físico, psicólogo, assistente social, além de médico, enfermeiro e odontólogo”, cita a enfermeira.
COMPROMISSO
A responsabilidade em manter a horta é de todos do grupo. Para o cumprimento das tarefas foi feita uma escala diária, conforme a disponibilidade de cada um. Afinal, o trabalho não é só o de capinar e limpar o terreno, adubá-lo e o de semear. É preciso o compromisso de todos os dias alguém ir até a unidade de saúde molhar as hortaliças.
Dona Elza, que vai três vezes por semana, em turnos diferentes, diz que encontra nessa tarefa uma forma de esquecer seus problemas. “Aqui cuido da saúde do corpo e da alma”, pontua. Na horta, os pacientes encontraram uma forma alternativa de terapia.
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