Palestra
|
“Como eu posso trabalhar uma realidade sem tocá-la?”, questionou a professora Nádia Batista Silva, ou Akauã, nome dela na etnia tupinambá, nesta terça-feira, 25, durante o VII Seminário de Gestores e Educadores do Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade”. O evento prossegue até o dia 28, no espaço de eventos da Gelateria Italiana, com a participação de professores e gestores de Feira de Santana e outros 48 municípios.
Nádia destacou a importância dos índios estarem incluídos na política educacional. “A educação é uma intenção política e o índio precisou aprender a falar de igual para igual sobre isso. Estamos formando futuras lideranças com os nossos jovens. Nós somos todos iguais, talvez tenhamos lutas diferentes, culturas diferentes, mas somos todos iguais”, defende.
“Educação indígena se vivencia. Falar sobre o índio não é apenas comemorar o seu dia, caracterizando seus alunos, sem saber o que estão comemorando”, ressalta Nádia. Durante a mesa-redonda, ela abordou a Lei 11.645/2008, que propõe incluir no currículo oficial da rede de ensino obrigatoriamente o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
A mesa-redonda contou também com a presença da professora Luciana Nascimento, da Rede Municipal de Ensino, que trouxe para debate aspectos relacionados à cultura afro-brasileira. “Se minha pele é minha linguagem, qual a sua leitura, professor? O seu aluno também tem uma pele que é uma linguagem. É preciso ter muita coragem para ter nela a cor da noite e ainda assim ser intangível”, explicou.
“As marcas da minha ancestralidade, das minhas experiências e trajetória me tornam diferente, mas perante os direitos, somos todos iguais. Se pensarmos que somos totalmente iguais de todas as formas, aqueles que possuem diferenças acabam excluídos”, afirma Luciana.
A professora Indaiara de Sant’Anna Silva considerou as contribuições do seminário "revelantes". “Nós precisamos buscar sempre novos conhecimentos, e aqui ganhamos novos horizontes. Já visitei tribos indígenas para ter mais propriedade sobre o assunto, não tratar apenas da teoria. É importante que se tenha prática, e vivenciar essas culturas”, conta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário